As pesquisas psicológicas têm constatado que as pessoas religiosas sentem-se melhor consigo mesmas, com uma tendência a uma auto-estima social mais elevada e um melhor ajustamento psicológico do que os não-crentes.
Mas um novo estudo descobriu que isso só é verdade nas sociedades que dão um valor elevado à religião. Os pesquisadores suspeitavam que o motivo para isso estava em viver de acordo com os valores sociais das sociedades religiosas, o que, por sua vez, poderia deve levar a uma auto-estima social mais elevada e ao melhor ajustamento psicológico verificados.
E isso os levou a fazer uma pesquisa internacional, cobrindo vários países da Europa.
Valorizado pelos pares
As pessoas que participaram no estudo vivem em 11 diferentes países europeus, que vão desde a Suécia, o país menos religioso do planeta, até a devotamente católica Polônia. Eles usaram as respostas das pessoas para descobrir como eram os religiosos dos diferentes países e, em seguida, compararam os países.
Na média, os crentes só têm os benefícios psicológicos de ser religioso quando vivem em um país que valoriza a religiosidade. Em países onde a maioria das pessoas não é religiosa, as pessoas religiosas não têm maior auto-estima do que os não-crentes.
Assim, uma pessoa muito religiosa pode ter elevada auto-estima social na religiosa Polônia, mas não na não-religiosa Suécia.
Aspectos sociais da religião
Neste estudo, os pesquisadores fizeram comparações entre países diferentes, mas um outro estudo encontrou efeito semelhante dentro de um país, entre estudantes de universidades religiosas e não-religiosas.
Um terceiro estudo já havia sugerido que não são os aspectos teológicos, mas os aspectos sociais que tornam as pessoas religiosas mais felizes. O estudo foi publicado na revista Psychological Science.
Esta pesquisa fornece indícios de que são os aspectos sociais da religião, em vez da teologia ou da espiritualidade, que conduz à satisfação com a vida,” afirma Chaeyoon Lim, sociólogo da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos.
“Em particular, nós descobrimos que as amizades construídas nas congregações religiosas são o ingrediente secreto da religião que faz as pessoas felizes,” propõe o pesquisador.
Segundo o estudo, 33 por cento das pessoas que frequentam templos e igrejas semanalmente e que têm entre 3 e 5 amigos íntimos em sua igreja relatam ser “extremamente satisfeitos” com as suas vidas. “Extremamente satisfeito” é definido como um 10 em uma escala que varia de 1 a 10.
Em comparação, apenas 19 por cento das pessoas que frequentam serviços religiosos semanalmente, mas que não têm amigos íntimos em sua igreja relatam estar extremamente satisfeitos com a vida.
Por outro lado, 23 por cento das pessoas que frequentam serviços religiosos apenas algumas vezes por ano, mas que têm entre 3 e 5 amigos íntimos em sua congregação são extremamente satisfeitos com suas vidas.
“Para mim, as evidências confirmam que não é realmente ir à igreja e ouvir sermões ou rezar o que torna as pessoas mais felizes, mas fazer amigos com base na igreja e construir redes sociais íntimas lá”, disse o lider da pesquisa.
Fonte: Diário da Saúde
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