Exclusão social faz o cérebro adoecer

Estudos desenvolvidos em centros de pesquisas de várias partes do mundo apontam o Alzheimer como a principal causa da perda progressiva das capacidades cognitivas entre os idosos, acometendo principalmente as mulheres. Agora, pesquisadores brasileiros do Departamento de Psicopatologia e Neurologia da Faculdade de Medicina de Catanduva realizaram um estudo para obter dados atualizados e mais próximos da realidade do país. Descobriram que por aqui pessoas mais pobres e com baixo nível de instrução têm mais risco de desenvolver a doença. O estudo foi publicado na Revista de Psiquiatria Clínica.

Para chegarem a essa conclusão, o neurologista Emilio Herrera Junior e sua equipe selecionaram aleatoriamente 1660 homens e mulheres, com 65 anos ou mais e aplicaram um questionário de identificação, sobre estado de saúde, memória e classificação socioeconômica. Também foram aplicados o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e o Questionário das Atividades Funcionais de Pfeffer et al. (QPAF).

Depois, os indivíduos selecionados foram submetidos a anamnese, bateria de testes neuropsicológicos e avaliação dos distúrbios comportamentais. Aqueles que tiveram alterações significativas de memória, passaram ainda por exame médico complementar para eliminar outras possíveis causas de declínio cognitivo.

Os pesquisadores descobriram que 7,1% das pessoas analisadas tinham algum tipo de demência, metade delas sofria de Alzheimer. Além disso, verificaram que pessoas analfabetas mostraram maior probabilidade de desenvolver a patologia, cerca de 11,8%, contra apenas 2% entre aquelas com oito ou mais anos de escolaridade. Também o nível socioeconômico parece influenciar: os participantes de classe social mais baixa mostraram 10,9% a mais de risco de desenvolver a síndrome demencial do que as mais favorecidas economicamente.

Esse e outros trabalhos científicos estão sendo apresentados em São Paulo no 8º Congresso Brasileiro de Cérebro, Comportamento e Emoções.

8º Congresso Brasileiro de Cérebro, Comportamento e Emoções: de 2 a 5 de maio. Centro de Convenções Frei Caneca, rua Frei Caneca, 569, Consolação, São Paulo, SP. Informações pelo site http://www.cbcce.com.br.

Fonte: ViverMente

Artistas espanhóis pintam mensagens positivas em ruas de favela de São Paulo

O projeto “Luz nas vielas”, do coletivo espanhol de arte urbana Boa Mistura, deixou cores e palavras de motivação nas paredes de pequenas ruas da Vila Brasilândia, uma das maiores favelas de São Paulo.

Os cinco artistas urbanos do coletivo selecionaram vielas específicas do bairro e pintaram paredes, portas e janelas com cores fortes, com a ajuda dos moradores locais.

Palavras como amor, doçura, orgulho e beleza foram pintadas, de branco, por cima das cores. As pinturas foram planejadas para que, de perto, as palavras apareçam distorcidas. Somente a uma certa distância, na medida em que a perspectiva dos transeuntes muda, a palavra é vista corretamente.

“Fomos a São Paulo com a mente aberta, mas já queríamos ir a uma favela. Em uma das reuniões em que fomos, havia um artista, Dimas, da Vila Brasilândia. Foi um pouco mágico, na verdade. A Vila Brasilândia nos escolheu”, disse Paulo Carrillo, um dos artistas, à BBC Brasil.

Segundo Carrillo, os cinco artistas foram recebidos como vizinhos pelos moradores da Vila Brasilândia. “Ficamos hospedados uma uma casa de família e, ao final, eles eram como nossa família.”

A pintura foi realizada durante 15 dias do mês de janeiro. Os artistas dizem que a obra foi concebida especificamente para a favela, depois de visitas e de conversas com os moradores.

O resultado do projeto “Luz nas vielas”, segundo o Boa Mistura, será exposto na Virada Sustentável de São Paulo, nos dias 4 e 5 de junho.

Fonte: UOL / R7

Lula recebe prêmio por combate à pobreza

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será homenageado em maio com o International Four Freedoms Award 2012, prêmio concedido a pessoas e instituições que se engajam na defesa da liberdade. A honraria, criada em 1992, pela Fundação Roosevelt Stichting, será entregue em festa de premiação na cidade de Midelburgo, na Holanda. A expectativa inicial é de que o ex-presidente, atualmente em tratamento contra um câncer na laringe, participe da cerimônia, que irá homenagear ainda a emissora árabe de televisão Al Jazeera, o atual Patriarca de Constantinopla, Bartholomew I, a fundadora do Self Employed Women”s Association (SEWA), Ela Ramesh Bhatt, e o ministro de Energia do Iraque, Hussain al-Shahristani.

Em comunicado, a Roosevelt Stichting elogiou o ex-presidente brasileiro como uma inspiração à comunidade internacional por sua “ascensão da pobreza” à Presidência do Brasil, bem como sua “determinação” em livrar o Brasil da “extrema pobreza” e da “injustiça social”. O International Four Freedoms Award 2012 não é a primeira honraria internacional concedida ao ex-presidente desde que ele deixou o Palácio do Planalto, em 1 º de janeiro de 2011. O petista foi um dos ganhadores do World Food Prize 2011, nos Estados Unidos, do Premio Amalia Solórzano, no México, do Lech Walesa, na Polônia, entre outros.

O ex-presidente foi submetido na manhã de hoje a mais uma sessão de radioterapia no tratamento contra o câncer. A previsão é de que, nesta tarde, o petista realize uma sessão de quimioterapia, como procedimento complementar ao tratamento, e receba as visitas de um dentista e de um fonoaudiólogo, para evitar o agravamento de possíveis efeitos colaterais.

Fonte: Agência Estado

Artista desempregado vive em casa feita literalmente de dinheiro

Um artista desempregado irlandês, Frank Buckley, construiu uma “casa de bilhões de euros” com os restos de notas inutilizadas como uma declaração contra a “loucura” da moeda única para a Irlanda.

O artista construiu a casa usando 1.400.000.000 € (1,82 bilhões dólares) de notas inúteis. Buckley começou com obras de arte diversas usando o meio de papel, antes de avançar ainda mais e criar um apartamento inteiro. Atualmente, o imóvel conta com uma sala de estar, quarto e banheiro – e o artista pretende adicionar uma cozinha e hall.

Cada espaço é construído com “tijolos” feitos meramente com a antiga moeda comprimida por um prensa, e como observa o artista, “é só papel”. Buckley espera que o projeto irá estimular a discussão dentro de um país que sofreu grandes expectativas com a moeda única, para então enfrentar uma crise imobiliária que criou graves dificuldades para milhares de pessoas e prejudicou a economia.

“Eu sentei no meu estúdio com meus pés em cima de uma caixa de 4.000.000 € de notas desfiado e eu pensei: ‘Deus, isso é apenas papel”, explica Buckley. “Eu simplesmente precisava provocar uma ampla discussão sobre isso. As crianças na escola precisam aprender a debater esta questão: qual o real valor do papel moeda em circulação ou não? ”

Uma inundação de crédito barato na introdução da moeda única provocou uma bolha imobiliária extensa no início de 2000. No entanto, após seu declínio rápido, o euro deixou a Irlanda como um edifício abandonado e vazio, e diante de uma recessão profunda que obrigou o país a aceitar um humilhante socorro da UE no ano passado.

Frank Buckley construiu o apartamento no lobby de um prédio de escritório abandonado em Dublin, deixado vago desde a sua conclusão no boom da construção irlandesa. Ele permanece como uma lembrança triste do que a crise do euro deixou em seu rastro.

“Não pode ir ampliando e dominando sobre tudo. Isso arruina as pessoas. ” Ele disse sobre a moeda. “É um reflexo de toda a loucura que tomou conta de nós”, afirma Buckley. “As pessoas estavam despejando bilhões de dólares em edifícios que agora não valem nada. Eu queria criar algo do nada. ”

A mistura de materiais das obras de arte nas paredes e moedas de 5 centavos irlandeses decorando todo o apartamento é um lembrete pungente do que o país desfrutou uma vez. No entanto, pelo menos, este artista desempregado não passa frio à noite.

Fonte: Smart Planet

Professora brasileira Manuela Carneiro da Cunha será titular da cátedra “Savoirs contre pauvreté”

A antropóloga brasileira Manuela Carneiro da Cunha

A professora brasileira Manuela Carneiro da Cunha é a titular da cátedra “Savoirs contre pauvreté”, do Collège de France, no ano acadêmico 2011-2012. Coube à professora ministrar a aula inaugural, intitulada “Qual a natureza, quais as contribuições  dos saberes autóctones?”, que ocorrerá em 22 de março de 2012 e será posteriormente disponibilizada no site do Collège de France. O curso que ministrará ao longo do primeiro semestre, de março a junho, às quintas-feiras, abordará os saberes tradicionais. Em 14 e 15 de maio, ela realizará também o seminário “Homenagem ao Pensamento Selvagem. Natureza, relatos e contribuições dos saberes indígenas”.

Manuela Carneiro da Cunha estudou matemática na Faculdade de Ciências de Paris antes de se dedicar à Antropologia. No Brasil, deu aulas de Antropologia na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp e na Universidade de São Paulo – USP . Em 1994, foi nomeada professora da Universidade de Chicago, onde lecionou até 2009. Desde 2008, coordena projeto sobre os efeitos das políticas do patrimônio sobre os conhecimentos tradicionais, no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – CEBRAP, desenvolvido com apoio da Fundação Ford. Participa de forma ativa na defesa dos direitos das populações tradicionais. É membro integrante da Academia Brasileira de Ciências e da Third World Academy (Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento). Em 1993, recebeu o Prêmio de Francofonia da Academia Francesa.
Seus trabalhos abordam temas sobre etnologia amazônica, identidade étnica, história indígena e história da legislação brasileira sobre as populações indígenas, além de conhecimentos tradicionais e direitos intelectuais correspondentes. É autora de vários livros, entre eles Cultura com Aspas e Outros Ensaios (2009), Culture and Culture. Intellectual Rights and Traditional Knowledge (2009) e História dos Índios no Brasil, vols. I e II (1998).

Cátedra “Savoirs contre pauvreté”
Criada em 2009 pelo Collège de France em parceria com a Agência Francesa de Desenvolvimento, a cátedra “Savoirs contre la pauvreté” tem duração de cinco anos e enfoca pesquisas científicas que tragam questões sobre a luta contra a pobreza. A cada ano um especialista de renome internacional é nomeado titular da cadeira e ministra um curso no Collège de France. Já passaram por ela a economista, Esther Duflo, cujo curso foi sobre a pobreza e o desenvolvimento mundial; Peter Piot, professor de saúde mundial, que tratou a respeito da AIDS; e Ismail Serageldin, que proferiu aulas sobre a erradicação da fome.

Fonte: Comunidade França Brasil

Cortadores de cana continuam morrendo, enquanto mundo aplaude biocombustíveis

Uma epidemia misteriosa já é a segunda principal causa de mortes entre homens em El Salvador e na Nicarágua. A doença já matou mais homens do que o vírus HIV e a diabete somados. As causas da epidemia permanecem desconhecidas, mas a teoria mais recente é de que as vítimas estariam, literalmente, trabalhando até a morte.

Morte programada

O problema está agora sendo detectado na América Central, mas também já foi largamente denunciado no Brasil, onde os cortadores de cana trabalham até à exaustão. A doença já matou tantos homens nesta região que os moradores já passaram a chamar La Isla (A Ilha) de La Isla de las Viudas (A Ilha das Viúvas).

Causas desconhecidas?

A doença não se limita à Nicarágua. Há inúmeros casos registrados em seis países da América Central, situados na região costeira do Oceano Pacífico. “É importante que a doença renal crônica afetando milhares de trabalhadores das zonas rurais da América Central seja reconhecida como o que ela é -uma forte epidemia com um tremendo impacto sobre a população”, afirma Victor Penchaszadeh, um epidemiologista da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos.

O Ministério da Saúde de El Salvador já pediu a ajuda da comunidade internacional para combater a doença. A ministra Maria Isabel Rodríguez afirmou que a epidemia está “consumindo as nossas populações”.

Em uma clínica de El Salvador, na região rural de Bajo Lempa, o médico Carlos Orantes recentemente descobriu que 25% dos homens na área sofrem da doença. E mais, afirma ele: a maior parte dos homens que estão doentes não têm indícios de pressão sanguínea alta ou de diabetes, que são as causas mais comuns de doença renal crônica em todo o mundo.

Pesticidas proibidos para alguns

O que os homens da região têm em comum é que todos trabalham com agricultura. Por esse motivo, Orantes diz acreditar que uma das principais causas das falhas renais das quais eles sofrem sejam componentes químicos tóxicos, como pesticidas e herbicidas, que são usados regularmente na agricultura.

“Estes químicos são proibidos nos Estados Unidos, Europa e Canadá e são usados aqui, sem quaisquer proteções e em grande quantidade, o que é bem preocupante,” afirmou. Mas ele não descarta que outras hipóteses possam estar provocando a doença, como, por exemplo, o uso excesso de analgésicos, que pode danificar os rins, assim como o consumo excessivo de álcool.

Escravidão moderna

Na Nicarágua, a doença já se tornou um problema político. Em 2006, o Banco Mundial (Bird) concedeu um empréstimo à segunda maior companhia açucareira do país para que ela construísse uma usina de etanol.

O Bird financia um estudo para tentar identificar as causas da epidemia. “As provas apontam para um hipótese muito forte de que o estresse provocado pelo excesso de calor seja a causa desta doença”, afirma Daniel Brooks, da Universidade de Boston, que está chefiando a pesquisa.

A equipe de Brooks descobriu ainda que não são apenas os trabalhadores agrícolas que estão adoecendo, mas que também há forte incidência de doenças renais entre mineiros e trabalhadores da zona portuária, que não estão expostos a componentes químicos.

Mas o que os portadores da doença têm em comum é o fato de que eles trabalham longas horas sob um calor extremo. “Dia após dia de trabalho manual em condições de forte calor, sem que haja uma renovação de fluidos, pode ter efeitos sobre os rins que não são tão óbvios à primeira vista, mas que, com o tempo, se acumulam ao ponto de contribuírem para que surjam doenças”, afirma Brooks.

Ele acrescenta que “isso não havia sido mostrado até agora como uma causa possível para doenças renais crônicas. Portanto, estamos falando de um novo mecanismo que até hoje não havia sido descrito na literatura científica”.

Demitidos ao adoecer

As empresas produtoras de açúcar afirmam não estar convencidas de que os produtos químicos ou as condições de trabalho em suas plantações possam ser culpadas pela epidemia. Mas ainda assim, dizem as companhias, elas estão tentando proteger a saúde de seus funcionários.

Um conglomerado que possui diversas plantações de açúcar na América Central, o Grupo Pellas, diz ter começado a dar intervalos de almoço de uma hora aos seus trabalhadores e que procura assegurar que seus funcionários estão bebendo uma quantidade suficiente de água. A companhia também promove exames regulares para avaliar as funções renais dos trabalhadores.

O porta-voz do Grupo Pellas, Ariel Granera, diz que quando se descobre que um trabalhador apresenta problemas renais, ele é dispensado, por conta de preocupações com seu bem-estar. Mas os funcionários que adoeceram e que foram dispensados afirmam que o que eles recebem das empresas e da previdência social não é o suficiente para garantir seus sustentos.

E dizem que, quando perdem seus empregos, perdem também o direito de ser tratados por médicos da companhia.

Fonte: Diário da Saúde /BBC

Pobres têm mais empatia e compaixão do que ricos

As pessoas das classes socioeconômicas mais baixas são mais sensíveis ao sofrimento de outras pessoas. Além disso, essas pessoas são mais rápidas para expressar sua compaixão do que os mais afluentes.

Assim, as diferenças emocionais entre ricos e pobres têm uma fundamentação científica, afirmam Jennifer Stellar e seus colegas da Universidade de Berkeley (EUA). Segundo eles, não é que os ricos não se importem com o sofrimento dos outros, é que eles não foram treinados para perceber o sofrimento dos outros.

Cultura da compaixão e da cooperação

Segundo a pesquisa, as pessoas das classes média e alta têm uma menor capacidade de detectar e responder aos sinais de estresse e dor dos outros. No geral, o estudo indica que o status socioeconômico é diretamente correlacionado com o nível de empatia e compaixão que as pessoas demonstram em face de situações emocionalmente carregadas.

“Não é que as pessoas das classes mais altas tenham um coração gelado. Elas apenas não reconhecem as dicas e sinalizações do sofrimento porque elas não tiveram que lidar com muitos obstáculos em suas vidas,” propõe a Dra. Stellar.

Estas conclusões contestam estudos anteriores, que têm caracterizado as pessoas das classes mais baixas como sendo mais suscetíveis à ansiedade e à hostilidade em face da adversidade. “Os resultados mais recentes indicam que há uma cultura da compaixão e da cooperação entre os indivíduos das classes mais baixas, que pode surgir das ameaças que elas enfrentam ao seu bem-estar,” confirma Stellar.

Cooperação versus competição

Os pesquisadores salientam o fato de que seu estudo está sendo publicado em um momento de tensão entre as classes mais baixas e as classes mais ricas, como expresso no movimento de ocupação dos grandes centros financeiros.

Em vez de aumentar essa divisão entre as classes, Stellar afirma que espera que o estudo promova o entendimento entre as diversas classes. Por exemplo, diz ela, os resultados sugerem que as pessoas de baixo status socioeconômico podem se sair melhor em ambientes cooperativos do que os mais ricos. “Os indivíduos das classes mais altas parecem ser mais focados em si mesmos [do que na coletividade]. Eles parecem ser melhores em ambientes competitivos e individualistas,” conclui a pesquisadora.

 

Brasileiros ficam menos generosos em 2011

O Brasil caiu nove posições e aparece em 85º lugar – empatado com a Argentina – em um ranking que classifica os países pelo nível de generosidade de seus cidadãos. O índice, elaborado pela entidade Charities Aid Foundation (CAF), com sede no Reino Unido, é elaborado por meio de uma pesquisa que faz três questões: se a pessoa, no último mês, doou dinheiro a uma instituição de caridade, se ela realizou trabalho voluntário ou se ajudou algum estranho ou alguém que ela não sabia se precisava de ajuda.

A média simples do percentual das respostas positivas a essas três perguntas resulta no índice de cada país. Assim, em 2011, o Brasil apresentou um índice de generosidade de 29%, com 48% dos entrevistados afirmando que ajudaram um estranho, 26% dizendo que doaram dinheiro a instituições de caridade e apenas 14% relatando participação em trabalho voluntário. Em 2010, o país apresentou um índice de 30%, ficando na 76ª posição.

Em termos de voluntariado, o Brasil caiu um ponto percentual em relação a 2010, ficando em 101º lugar, empatado com África do Sul, Bangladesh, Camarões, Itália, Mali, Marrocos, Moçambique e República Democrática do Congo. O ranking é liderado pelos Estados Unidos, país que estava em quinto lugar em 2010. Em segundo lugar, aparece a Irlanda, que subiu uma posição em relação ao ano passado, seguida por Austrália (3º) e Nova Zelândia (4º), que, na pesquisa anterior, estavam empatados em primeiro lugar.

A CAF calculou os índices com base em uma pesquisa realizada pelo instituto Gallup, que entrevistou mais de 150 mil pessoas em 153 países.

De acordo com a CAF, o estudo de 2011 indica um aumento na generosidade dos cidadãos dos países pesquisados, com um aumento do índice global de 31,6% em 2010 para 32,4% neste ano. A entidade afirma que foi verificado um aumento na ajuda a estranhos e no tempo dedicado a trabalhos voluntários. Por sua vez, as doações em dinheiro tiveram queda. Segundo a pesquisa, o maior aumento de generosidade em 2011 foi verificado na Ásia, com quatro das cinco regiões do continente apresentando melhora no índice.

A CAF recomenda aos governos que garantam a existência de ministérios responsáveis por promover ações de caridade mais efetivas, enquanto as empresas devem incentivar seus funcionários a participar de trabalhos voluntários e facilitar o apoio às comunidades locais. Aos cidadãos comuns, a entidade pede que pelo menos 1,5% da renda individual seja destinado a caridade, com os mais ricos dando proporções maiores.

Ela pede também que os doadores assegurem doações regulares às entidades e busquem maneiras eficientes de dar dinheiro, podendo fazer uso de mecanismos oferecidos pelo Estado como abatimento de impostos.

Fonte: Diário da Saúde

América Latina: Pobreza e indigência caem, segundo a CEPAL

Entre 1990 e 2010 a taxa de pobreza na América Latina teve uma  redução de 17 pontos percentuais (de 48,4% para 31,4% da população), enquanto que a de indigência foi reduzida em 10,3 pontos (de 22,6% para 12,3% da população). Com isso, ambos indicadores se situam em seu nível mais baixo dos últimos 20 años, informou hoje a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).

O relatório Panorama social da América Latina 2011 apresentado pela Secretária Executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, em Santiago do Chile,  estima que a taxa de pobreza cairá para 30,4 % em 2011, enquanto que a indigência terá um leve aumento para 12,8%, devido ao impacto da alta nos preços dos alimentos que neutralizaria o aumento previsto nas rendas domiciliares.

Essas taxas significam que a região encerrará 2011 com 174 milhões de habitantes em situação de pobreza, sendo que 73 milhões em condições de pobreza extrema ou indigência. Em 2010 eram 177 milhões de pobres, dos quais 70 milhões eram indigentes.

Segundo a CEPAL, a diminuição da pobreza é explicada principalmente pelo aumento da renda do trabalho. As transferências monetárias públicas também contribuíram, mas em menor escala.

Fonte: CEPAL